Com o aumento da velocidade dos ventos, empresários estão preocupados com acidentes e interrupção do tráfego de veículos
A faixa litorânea Leste, do município de Paracuru (distante 100 quilômetros de Fortaleza), vem enfrentando um problema de avanço das dunas sobre a via de acesso àquela área, trazendo prejuízos para os comerciantes ali instalados e risco de acidentes para quem trafega por ali. Isso porque se faz necessário um trabalho de limpeza da pista, de forma constante, ainda mais nestes meses de agosto a outubro, quando os ventos são mais fortes e é uma época de chegada de turistas – nacionais e internacionais – que vêm até ali para a prática do windsurfe, kitesurfe e outras modalidades esportivas. Além dos cearenses que procuram aquela tradicional praia do Litoral Oeste do Ceará, para aproveitar momentos de lazer com a família. Recentemente, devido ao acúmulo de areia sobre a rodovia – que é estadual, mas está sob responsabilidade municipal –, têm sido constantes engarrafamentos e até pequenos acidentes, felizmente apenas com danos materiais. De acordo com o empresário Anário Carvalho, o ‘Kaká’, dono da Barraca Quebra Mar, que há 18 anos investe naquela região. “Temos esse problema que vem se tornando crônico e é preciso que o poder público veja isso com carinho, até mesmo uma parceria, mas que resolva a situação. Que seja visto o que é necessário ser feito, para que não soframos mais com isso e os turistas que procuram esse local para o seu lazer, além de gerar prejuízos para nós, comerciantes. Somos agraciados pela natureza, por termos uma área de praia melhor que a da região central. E aqui temos um local apropriado para a prática do kitesurfe”, explicou. Quem também está preocupado com a situação é o empresário João Sapuril, dono do Restaurante Quebra Mar, ao lado da base da Petrobras, e que também sente os reflexos do problema do avanço da duna sobre a estrada, pois acaba atrapalhando o fluxo de turistas para aquela região de Paracuru, que fica a apenas três quilômetros da Praça da Matriz. “O mais difícil já foi feito, que foi a construção da estrada sobre aquele terreno arenoso. Mas é necessário que se faça a conservação periódica, a fim de que possamos garantir o fluxo de visitantes, bem como a nossa movimentação – quer seja de carro, moto ou bicicleta – sem corrermos o risco de atolar ou sofrer um acidente”, disse. Empreendedorismo O presidente da Associação Turística de Paracuru (ATP), Antônio Moreira, que representa diversos empreendedores do município, destaca que o problema não de agora e, em períodos de ventos mais fortes, como este, a duna chega a se movimentar até meio metro por noite. “É preciso que haja um remanejamento a cada três dias, fazer o by pass da areia, levando para o outro lado da estrada, pois há problemas de colisões e engarrafamentos por causa disso. Prejudica o tráfego de veículos de funcionários da Petrobras, das barracas de praia e outros estabelecimentos comerciais ali situados e a comunidade. Seria conveniente que o poder público municipal fizesse uma parceria com o Governo do Estado, pois lá é uma área de preservação ambiental, e interagisse com os empresários locais, a fim de buscarmos uma solução para o problema, pois o que está em jogo é a permanência dos estabelecimentos, o fluxo de turistas, visitantes e trabalhadores, bem como o nome de Paracuru. O coronel Werley Sales Pinheiro, secretário de Infraestrutura, diz que a Prefeitura de Paracuru tem trabalhado na contenção das dunas com palhas, bem como preparando a realização de asfaltamento da pista, desde da Praça do Gazeza até a base operacional da Petrobras, próximo à praia da Pedra Rachada. Já estamos na fase de projeto, aguardando a liberação de recursos por parte do Governo do Estado. Não temos uma data definida, mas com certeza será nos próximos meses. Temos procurado fazer a limpeza da pista, em média, uma vez por semana, inclusive no lado do nascente, para evitar que a areia avance sobre a pista. Temos trabalhado em prol da coletividade do Paracuru e dos turistas que nos visitam e há alguns problemas burocráticos, de licitações, que impedem o prefeito Ribeiro de ter mais agilidade nas obras. Inclusive vamos recuperar toda a região do Anfiteatro, Praça do Farol e o Mirante”, afirmou. (O Estado)