
Um estudo realizado pela startup 99 mostrou que os fortalezenses gastam 68% mais tempo em deslocamento de carro em horários de picos se comparado com períodos sem congestionamento.
O Índice 99 de Tempo de Viagem (ITV99) foi produzido de acordo com as corridas de táxi e da 99pop entre os meses de junho e agosto de 2017.
Segundo o levantamento, a regional II foi a região que apresentou o maior congestionamento, com 56% a 69% de lentidão nos horário de maior fluxo. As avenidas Rogaciano Leite e Washington Soares, por sua vez, com 54% a 76% de lentidão.
No ranking, a capital cearense ficou na 8ª posição das cidades brasileiras com maior tempo gasto em deslocamentos durante os horários de maior fluxo de veículos, que correspondem das 7h até as 10h e 17h às 20h.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Fortaleza conta com uma frota de veículos de 966.718 até o último mês de outubro deste ano. O número corresponde a quantidade de automóveis, caminhonetes, caminhonetas, microônibus, motocicleta, motoneta e ônibus. Entretanto, Curitiba já apresenta uma frota de 400 mil veículos a mais do que a capital cearense, mas ocupa a décima posição no ranking.
Na visão do mestre em engenharia de transportes Janailson Souza, a cidade paranaense tem implementado medidas para melhorar qualidade do transporte público nos últimos 10 anos, como a sistema de Bus Rapid Transit (BRT) e faixas exclusivas de ônibus, tornando-se exemplo nacional.
“Fortaleza investiu nessas ações de uns cinco anos para cá. Então, já era de esperar a sua posição no ranking. Caso não houvesse essas medidas, esse tempo teria sido ainda maior”, ressalta.
Segundo ele, os principais deslocamentos da cidade referem-se as viagens de casa para o trabalho ou para a faculdade e escolas, conhecidas como pendulares. Portanto, esses investimentos tornam o deslocamento das pessoas mais rápido.
Janailson cita, por exemplo, como uma ação positiva, a construção do BRT na avenida Aguanambi que irá facilitar o fluxo de transportes públicos do Centro para o bairro da Messejana em vista do grande fluxo populacional dos bairros da região sul para o Centro.
“Agora é manter esses investimentos e se não tivesse feito o resultado teria sido ainda pior”, pontua. Além de implementação de medidas para melhorar o transporte público, a cidade também tem que oferecer vários modais para o cidadão, como bicicletas. “Quando você oferta, outros meios de deslocamento. É uma forma de reduzir o índice de congestionamento”, conclui.