Como está a cultura da sua cidade?
- Hélder Gurgel
- 2 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
gazetaonline.com.br



Como está a cultura da sua cidade passado o primeiro ano de gestão municipal? Quais promessas de campanha e políticas culturais apresentadas pelos então candidatos ao Executivo e Legislativo municipal estão sendo cumpridas? Parece-nos que nada mudou na cultura, uma das pastas de menor orçamento numa administração, e que continua sua árdua missão de ser autodidata e sustentável, sem recursos financeiros para capacitação de profissionais da área e investimentos em produções, atividades e eventos. Continua a velha prática de se confundir cultura com lazer e turismo. Muitos candidatos entraram na disputa sem incluírem projetos de cultura em seus planos de governo, devido à grande maioria não conhecer as propostas do setor, em parte por não priorizar a pasta, e também pela falta de iniciativa dos agentes culturais na elaboração e discussão de demandas com a classe política. Falta diálogo entre as partes. Falta integração com a comunidade. É chegada a hora. Este ano, teremos eleições e veremos, mais uma vez, o quanto a cultura deveria ser prioridade numa gestão pública. Veremos mais uma vez os candidatos pautados em discursos superficiais e improvisados. Conhecer demandas de todas as áreas da cidade é fundamental, incluindo a cultura. E por que seu candidato deveria saber quais ações implementar para democratizar a arte e a cultura no seu bairro, na escola de seu filho, nos parques e locais públicos, teatros, cinemas e bibliotecas? Porque o conhecimento sempre será porta aberta para o empreendedorismo, geração de empregos, qualificação do capital humano, formação da identidade cultural local e atividades que mudam a realidade das pessoas. Literatura, espetáculo, cinema, dança e folclore são tal como o medicamento e o material escolar, direitos constitucionais do cidadão. E, portanto, não podem ser esquecidos. Os gestores precisam apresentar proposições, como conselhos e fundos municipais, leis de incentivo e outras ferramentas que promovam a arte e ampliem a participação popular nos espaços culturais. Ações que trazem números significativos de impactos social e econômico na região. Por isso, a cultura deve procurar ser autônoma num universo político de constantes variações. Sem planejamento coletivo corremos o risco da perda de conquistas importantes. E, como sabemos, a melhor forma de anular uma conquista social é anulando o pensamento. *O autor é vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha
Comentários