
Nesta quarta-feira (21), comemorou-se o Dia Internacional da Síndrome de Down. Mundialmente, a organização incentiva que as comunidades de pessoas com a trissomia organizem eventos e atividades para promover conscientização sobre a síndrome. Afinal, a luta de pessoas com deficiência para quebrar paradigmas e romper preconceitos é uma pauta constante. Confira a reportagem completa da Tribuna Band News FM.
A busca pela independência financeira é um dos pontos mais importantes. A discussão é a inserção no mercado de trabalho, que não é fácil. Para Selma Freitas, coordenadora de recursos humanos do Beach Park, a dificuldade na contratação nem sempre se dá pela falta de vagas.
“Acredito que seja a família, de não deixar o profissional vir e se desenvolver. Tenho percebido a questão da família, de soltar esses profissionais pra entrar no mercado de trabalho. E, dependendo, tem instituições que proporcionam essas pessoas a entrar no ambiente de trabalho. Mas são poucos que conseguem avançar nessa demanda”, disse a coordenadora.
Há dois anos a empresa não consegue preencher mais de 40 vagas abertas para pessoas com deficiência por conta desses obstáculos.
“As principais vagas que a gente tem pra essas deficiências, além da Síndrome de Down, tem vaga para quem tem deficiência auditiva, física, enfim. As vagas são na parte administrativa, auxiliar de marketing, de meio ambiente, departamento pessoal, recepcionista… São vagas que tenho constantemente para portadores de deficiência física”, explicou Selma.
Desde 1990, o Instituto do Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT) criou a Unidade de Atendimento à Pessoa com Deficiência. O grupo tem a missão de estudar e buscar novos caminhos que favoreçam a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho. Segundo a coordenadora Fátima Almeida, atualmente existem 76 vagas para pessoas com deficiência no Estado.
“Nós estamos com um número baixo. Mas esse número, às vezes, chega a 120, 116. Nós temos um atendimento a pessoa com deficiência e trabalhamos todos as tipologias de deficiência física, auditiva, visual, mental, intelectual e a múltipla deficiência. Recepcionamos esse trabalhador, verificamos a documentação, encaminhamos para realização de inscrição no sistema para concorrer às vagas de emprego”, disse Fátima.
Em 2017, mais de 1.700 pessoas com deficiência foram inseridas no mercado de trabalho por meio do Sine. Aos 37 anos, Patrícia de Lima entrou no mercado através de indicação da Associação de Paes e Amigos dos Excepcionais (Apae). Ela está no terceiro emprego e agora atua como auxiliar de loja em uma farmácia.
“O meu emprego é meu maior sonho. Eu tô muito feliz por trabalhar na Pague Menos. Gosto muito de lá, me relaciono bem”, contou Patrícia.
Patrícia ajuda a mãe, mas também já realizou alguns sonhos com a renda do trabalho. Pode comprar uma televisão e um violão, que toca por hobby.
A lei 8.213 de 1991, no artigo 93, determina que a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas com deficiência.