O Ceará contabilizou mais de 130 mil empresas ativas no mercado, mesmo diante de um quadro de recessão econômica em 2016 no Brasil. É o segundo maior número dentre os estados do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia (224.976). Do total do Estado, 19.921 iniciaram ou retomaram as atividades naquele ano, totalizando 15,3% de novos empreendimentos. Os dados são da Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Puxaram o crescimento os setores de comércio, reparação de veículos automotores e bicicletas, alojamento e alimentação e atividades administrativas. Estas novas empresas mantiveram 953,4 mil trabalhadores assalariados. Para o economista e vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Luís Eduardo Barros, o Estado consegue se destacar em razão de fatores econômicos e culturais. "O Ceará é organizado, tem uma bandeira fiscal e níveis de educação elevados. Isso faz com que tenha um ambiente mais natural para empreender", diz, lembrando que o Estado teve a melhor situação fiscal do País em 2017. O economista destaca que o aumento de novas empresas também surge da necessidade do trabalhador reinventar-se para driblar o desemprego. Na outra ponta, 22.467 negócios tiveram que fechar as portas em 2016, representando uma mortalidade de 17,3% das firmas, o que levou 21.329 pessoas ao desemprego no Ceará. Mesmo figurando com o segundo melhor dado do Nordeste, o Estado sofreu uma redução de 30,80% no número de novos negócios ante 2013 (ano que antecedeu a crise), quando registrou 143, 7 mil empresas ativas. De acordo com o economista e consultor empresarial Sérgio Melo, a queda é reflexo da conjuntura nacional à época. "Os dados são o retrato da economia do País. O cenário dificultou a vontade de arriscar do cearense, que tem apetite para o empreendedorismo", explica. Sérgio recorda que, a partir de 2014, o Brasil começa a recuar o Produto Interno Bruto (PIB) e fecha com leve alta de 0,1%. A situação se agrava em 2015 e 2016 ao encerrar o PIB com -3,8% e -3,6%, respectivamente. A resistência de alguns setores no período, explica o economista, pode estar ligada à necessidade de reagir ao comportamento dos consumidores diante das dificuldades financeiras. "O aumento de serviços para conserto de automóveis e o setor de construção civil, por exemplo, indica que houve uma procura pelo reparo do carro e da casa e não a compra destes bens". (O Povo - é parceiro de oxereta.com)
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