O Ceará terá conexão de fibra ótica com Argentina, Chile e Bolívia. As negociações já foram feitas entre a Angola Cables e os países. No Estado, a empresa angolana inaugurou ontem, oficialmente, a operação do South Atlantic Cable System (Sacs), que transporta dados do tráfego de internet comercial entre Angola e a costa cearense, a partir da Praia do Futuro.
O CEO da Angola Cables, António Nunes, detalhou que o mercado se mostra aberto e parcerias com outros países da América do Sul foram fechadas recentemente. Ainda existe prospecção de ligação de cabo com Hong Kong (China).
"Estamos vindo do maior evento de telecomunicações da América Latina, chamado Futurecom, em São Paulo. O resultado do evento foi muito positivo, tivemos muita procura do mercado, tanto nacional quanto internacional, e fechamos algumas parcerias importantíssimas", disse.
Para Nunes, as ligações com outros países colocam o Ceará como ponto de referência no setor de telecomunicações, conectando as informações de diversas áreas econômicas e abrindo possibilidades para negócios e pesquisas.
Quanto à área científica, o CEO da Angola Cables ainda comenta sobre o datacenter que está sendo construído na Praia do Futuro. Com previsão de ser concluído até o início de 2019, o empreendimento contará com uma rede de comunicação acadêmica que liga centros de estudos dos continentes por meio dos Pontos de Troca de Tráfego (PTT), que fazem parte das conexões da multinacional.
Outro cabo recém-concluído que faz a ligação entre América e África é o Monet, fixado em águas de Miami-EUA. O cabo Sacs ainda é interligado com o West Africa Cable System (Wacs), que liga Cape Town, África do Sul, com países da Europa.
O potencial do Ceará se consolidar como hub das telecomunicações tem agradado o empresário, que ressalta a fase de transformações que o Estado vem passando. "Aquilo que se tem visto dos agentes locais é muito positivo. Esse progresso no Estado nos últimos tempos passa pelo desenvolvimento dessas estruturas tecnológicas. A perspectiva para os próximos tempos é muito boa".
Antes da inauguração do Sacs - que atrasou por, entre outros motivos, emissão de licenciamento - seis empresas locais, nacionais e internacionais, sobretudo de telecomunicações, fecharam negócio. A capacidade do datacenter está longe de ser atingida, conta Nunes, já que mais de 90% do espaço ainda está disponível.
A Angola Cables ainda costura acertos com grandes empresas da tecnologia como Amazon, Google e Microsoft, para que também façam uso desse datacenter, porém "as conversas ainda estão à banho-maria".
Colaborou Irna Cavalcante
LIGAÇÃO
Existe a prospecção de interligar os pacotes de dados da América do Sul e Ásia, via Sacs, e junto de Monet e Wacs, como opção de conectividade entre os continentes.