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Cientistas da Fiocruz e USP comentam sobre saúde ambiental em VR.


Volta Redonda- Durante um colóquio organizado pelo MEP-VR(Movimento Ética na Política), e realizado na última terça-feira, 30, as cientistas Ana Russo, da Faculdade de Saúde Pública da USP e Maria de Fátima Moreira, ENSP-Fiocruz & Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, apresentaram dados e preocupações relacionados à saúde ambiental de Volta Redonda.


Silvia Real, geóloga e Irinéia Pereira, bióloga, da equipe socioambiental do MEP, acolheram as pesquisadoras e mediaram o evento.


Segundo a geóloga Silvia Real, a apresentação da pesquisadora Ana Russo, deu ênfase à qualidade da saúde da população a partir de dados comparativos obtidos do sistema DATASUS, comparando parte dos dados da saúde da cidade de Volta Redonda, com a do município paulista, Cubatão.


VOLTA REDONDA – CUBATÃO


A pesquisadora Ana Russo ressaltou que a partir do sistema do DATASUS, ela filtrou para objeto de análise do cenário de internações e morbidade em Volta Redonda, entre 2008 a 2022, onde constatou que há um pico de mais de 1000 casos em 2019, muito acima dos anos anteriores, na faixa de 800. “Da mesma forma capturei os dados da cidade de Cubatão no mesmo período, cidade com idênticas características, até com mais indústrias, tanto que já foi considerada como ‘vale da morte’ na década de 1980. Na série histórica do período, apresentou na média, a metade de internações e morbidades, em relação a Volta Redonda. Os dados desafiam, mas as movimentações de todos, e ações podem fazer mudar esta realidade preocupante. Encontrei recentemente em meus estudos, possibilidades interessantes sobre a saúde ambiental e dos trabalhadores do município, ainda será publicado.” Comentou Ana na exposição.


VOLTA REDONDA – VOLTA GRANDE IV


Já a cientista Fátima, iniciou sua exposição sobre o caso de um bairro de Volta Redonda: “Desde 2015, iniciamos, uma avaliação da saúde no bairro Volta Grande IV. O MPF(Ministério Público Federal), na ocasião representados pelo Dr. Júlio Araújo e Dra. Bianca, ajudaram muito. A pesquisa seguiu com muitas dificuldades operacionais e políticas. Veio a pandemia, o aporte para pesquisa acabou. Agora estamos tentando retomar os trabalhos”, destacou.


A doutora apresentou os dados brutos em gráficos e tabelas dessas análises realizadas com mais de 100 pessoas, elencando os dados referentes aos Níveis de Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno, Xileno e metais em amostras ambientais e biológicas. Ela destacou diferentes níveis da poluição do ar, solo e poeira doméstica, além de manifestações de diferentes problemas respiratórios, neurológicos, psicológicos, cardiovasculares, anemias, alergias, etc. Contudo, a pesquisadora deixou claro que os estudos não são conclusivos: “Foi uma ‘fotografia do momento’, temos muito trabalho pela frente. A situação é preocupante e precisa do engajamento de todos. A empresa tem culpa sim, e é a maior poluidora da cidade. Sabemos da sua importância na vida das pessoas, porém não pode continuar esta situação. Falta vontade e responsabilidade política na busca de melhorar a qualidade de vida para a comunidade e dos trabalhadores.” Pontuou a pesquisadora Fátima.


PRÓXIMOS PASSOS

Após a apresentação, as mais de 20 pessoas na sala virtual ligadas a diferentes grupos e instituições sinalizaram para realização de um novo encontro mais ampliado, de forma presencial. “Também buscar recursos para dar continuidade na pesquisa, concomitante à realização de trabalhos junto aos colégios e comunidade” concluiu Irinéia, agradecendo as pesquisadoras, estudantes, moradores e professores da UFF e UFRJ.


“Eu amei a apresentação! Anotei todos os slides da professora Maria de Fátima, porque não são informações que a gente consegue facilmente e que são de extrema importância para a população. Uma coisa que me chamou bastante a atenção foi a questão da dificuldade em conseguir fazer com que houvesse participação da população na pesquisa. E isso é preocupante”, Reação de Laís, aluna do Pré-Vestibular Cidadão do MEP.


Fonte:diariodovale.com

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