Pode comemorar! Os queijos brasileiros estão entre os melhores do mundo sim! E agora conquistaram 57 medalhas num concurso internacional na França.
Destas, 40 medalhas foram para queijos produzidos em Minas Gerais.
A premiação foi no mês passado no Mondial du Fromage et des Produits Laitiers – concurso mundial de queijos e laticínios na cidade de Tours – e o resultado revela a excelência dos queijos do Brasil fora do tradicional circuito França-Suíça.
Encostamos na França
Esta é a quinta edição do concurso francês, que ocorre a cada dois anos. O próximo será em 2023. Participaram 900 queijos de 46 países.
Produtores de Minas Gerais, São Paulo, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná concorreram às 331 medalhas oferecidas com 183 confecções diferentes.
As conquistas brasileiras responderam por 20% dos prêmios, com cinco superouros, onze ouros, 24 pratas e dezessete bronzes.
No quadro geral, a representação nacional ficou atrás apenas da França.
Só os mineiros, com sete representantes, amealharam quarenta premiações, o que atesta um evidente predomínio do estado.
“Eles estão há mais tempo desenvolvendo a cultura queijeira”, diz a empresária Flavia Rogoski, diretora da SerTãoBras, associação de pequenos produtores rurais que fazem queijos artesanais.
Por que são melhores?
Os queijos produzidos na Serra da Canastra, em Minas Gerais, têm sabor forte, levemente picante e ácido. Isso se deve a uma série de fatores.
O pasto que alimenta a vaca, por exemplo, é determinante para o teor de proteína e gordura do leite. Por sua vez, a umidade do ar mais baixa da região ajuda a formar a casca levemente dura e amarelada.
Já as bactérias e leveduras do ambiente são responsáveis pelo gosto denso e encorpado. Em conjunto, esses elementos constituem o chamado terroir, palavra francesa que define o microambiente no qual são produzidos determinados alimentos.
São Paulo levou superouro
São Paulo também vem se desenvolvendo no setor queijeiro. Prova disso é que seis produtores paulistas levaram quinze medalhas no concurso.
Entre eles está Vanessa Alcólea, sócia da Pardinho Artesanal, que faturou o cobiçado superouro com o queijo Mandala, feito a partir do leite de vacas das raças Gir e Jersey.
O concurso mundial de queijos
Organizado pela Guilde Internationale des Fromagers, associação que congrega produtores de queijo de vários países, o Mondial du Fromage et des Produits Laitiers de Tours promove, além do concurso, palestras e encontros de profissionais do setor. Os queijos brasileiros passaram da etapa inicial e acabaram sendo premiados porque também foram bem avaliados por seus pares internacionais.
“A premiação joga luz em nossa atividade e faz com que o mercado valorize o produto”, reforça Flavia Rogoski.
“Como consequência, acaba se desenvolvendo não só quem foi premiado, mas a cadeia produtiva e as regiões queijeiras.”
Competidores no evento francês de queijos: disputas entre 46 países – Foto: @MondialFromage/Facebook
Vanessa Alcólea, da Pardinho Artesanal, conquistou 4 medalhas – @pardinhoartesanal/Instagram
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